Público 50+: de invisível a protagonista
É impressionante, mas a diversidade etária sempre aparece em último lugar nas pesquisas. Todas são igualmente importantes. No entanto, algumas têm cotas, outras apresentam louváveis históricos de mobilização e aquela que é focada na idade ainda é um bebê nesse universo, apesar de todos estarmos envelhecendo.
Frequentemente ouço duas perguntas: por que isto ocorre se os CEOs das principais empresas, em média, têm acima dos 50 anos e os conselheiros possuem mais de 60 anos? Como era o preconceito etário em décadas passadas?
Para começar, na década de 1940, a expectativa de vida no Brasil era de 45 anos, então não havia muito tempo para exercer esse tipo de discriminação. Hoje, segundo o Infojobs, 70% dos brasileiros 40+ já sofreram etarismo. Globalmente, a Organização Mundial de Saúde diz que esse preconceito atinge metade da população.
Sobre os líderes, a resposta é… inexplicável! É totalmente contraditório descartar profissionais levando em consideração apenas o fator etário quando, comprovadamente, os 50+ trazem benefícios como experiência na tomada de decisões e assertividade na solução de conflitos.
A forte rede de relacionamentos é outro diferencial dos profissionais 50+, além do histórico de lealdade maior à empresa, já que a rotatividade é bem menor quando comparada com a das gerações mais novas. Por sua vez, a integração intergeracional propicia a troca de conhecimentos e, consequentemente, soluções mais inovadoras, criativas, e resultados estimulantes em todos os sentidos. Do ponto de vista de contratação, é inaceitável, e também ilegal, todo e qualquer tipo de discriminação.
A Lei 9.029, de 13 de abril de 1995, é taxativa ao incluir a idade no rol das práticas discriminatórias proibidas. No que tange ao mercado de consumo, o potencial dos 50+ é crescente: a “Silver Economy” representa a terceira maior economia do mundo! De acordo com o Harvard Business Review, o poder de compra dos 50+ já superou os US$ 15 trilhões/ano.
No Brasil, além de ser o de maior poder aquisitivo, esse foi o grupo que mais comprou pelo e-commerce no ano passado. E mais: o mercado da longevidade movimenta, aqui, mais de R$2 trilhões/ano em produtos e serviços. Várias indústrias já se atentaram para esses números e começaram a investir nos 50+, promovendo campanhas específicas para esses consumidores.
Vale destacar as iniciativas dos segmentos de moda, cosméticos, construção e turismo. E você, o que está esperando para atuar ativamente com a diversidade etária? Bora fazer acontecer!
*Mauro Wainstock é mentoR de executivos, conselheiro de empresas e sócio fundador do HUB 40+.
O artigo foi publicado na Revista Indústria Brasileira.